terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Socorro para os desigrejados

"Não deixemos de reunir-nos
como igreja" (Hebreus 10.25)
Todos os dias, centenas ou milhares de pessoas se juntam à grande multidão de crentes desigrejados. São pessoas que não têm a intenção de abandonar a Cristo, mas por alguma razão não estão mais dispostas a frequentar a igreja.

Há muitas razões por que uma pessoa deixa de congregar. Alguns o fazem por motivações pessoais, ideológicas, teológicas, morais ou espirituais.

Uma pessoa pode abandonar a igreja por razões pessoais. Talvez porque tenha se envolvido num mal-entendido com um de seus membros, porque iniciou ou terminou um namoro, porque mudou de bairro ou cidade etc. Ao invés de optar pela transferência de igreja, muitos dos que se encontram nesta situação acabam simplesmente se acomodando e adotando um estilo de vida de desigrejado.

Há também quem deixe de congregar por razões ideológicas. É o caso de pessoas que se desapontam com determinada igreja por discordar do sistema de governo, da liturgia, da política de missões, do estilo musical, dos usos e costumes etc. Neste caso, estas pessoas costumam ficar ressentidas ou desanimadas com a igreja da qual fazem parte, e não se sentem suficientemente ligadas a nenhuma outra igreja a ponto de mudar-se para lá. Resultado: também tornam-se desigrejados.

Além destes, há os que saem da igreja por razões teológicas. Eles não se conformam com o posicionamento de suas igrejas no que diz respeito a doutrinas que consideram importantes de modo geral (como: a forma do batismo, os dons espirituais, o meio de salvação etc.) ou importantes no âmbito pessoal (como: divórcio e recasamento, homossexualidade, ministério da mulher etc.). Geralmente estas divergências são inconciliáveis, já que as igrejas assumem seus posicionamentos doutrinários ao longo de décadas ou até mesmo séculos, e geralmente não estão dispostas a negociá-los com seus membros.

Mas é claro que estas não são as únicas razões. Muitos crentes abandonam suas igrejas também por razões morais. A questão moral está em jogo quando uma pessoa sente-se decepcionada com outros irmãos, por causa de uma conduta moralmente reprovável, ou com seus líderes, por causa de algum escândalo, ou com ela mesma, porque está comprometida com uma conduta pecaminosa, um vício ou uma inclinação irrefreável para o mal.

Por último, há uma grande quantidade de crentes que abandonam suas igrejas por uma razão essencialmente espiritual: elas nunca foram verdadeiramente cristãs. Não que fossem imorais, mentirosas, impostoras. Elas simplesmente nunca foram convertidas de verdade. Estavam vinculadas à igreja por razões sociais, emocionais, políticas ou econômicas, mas não porque um dia creram em Jesus Cristo e entregaram sua vida a Ele. Elas podem ter passado anos ou décadas na igreja, sido discipuladas, doutrinadas, treinadas para o ministério, mas isso não faz a menor diferença. Elas podem até ter ensinado outras pessoas e tê-las conduzido à maturidade espiritual, mas sempre se depararam com uma barreira que as separava de Deus. Elas podem ter tido experiências religiosas das mais diversas, a ponto de poder discorrer com facilidade sobre o cristianismo ou a espiritualidade, mas nunca provaram a fé. Nunca creram de verdade em nada daquilo. Jamais se apropriaram das verdades que pregavam ou sobre as quais cantavam. Estavam apenas envoltas na coreografia da fé, mas sem a fé.

Além destas razões, é claro, há outras incontáveis razões por que as pessoas acabam abandonando suas igrejas. E cabe aos pastores, líderes e membros da igreja de Cristo debruçar-se sobre cada caso, descobrir as frustrações particulares de cada indivíduo e tentar remediá-las. Se as motivações forem pessoais, é preciso ajudar os indivíduos a lidar com elas e fazer de tudo para continuar na igreja. Se forem ideológicas, deve-se discutir tais questões, com o fim de buscar um denominador comum que não se choque com a Bíblia. Se forem teológicas, deve-se abrir a Escritura e estudar o que ela ensina sobre o tema, com o propósito de dobrar-se ao que a Bíblia diz, e não ao que o indivíduo ou a instituição gostariam que ela dissesse. Se o problema for o pecado (onde quer que ele se manifeste), faz-se necessário recorrer ao tratamento divino, isto é, ao perdão, precedido pelo arrependimento sincero e pela mudança de conduta. Por último, se constatar-se que o problema é de ordem espiritual, ou seja, se o indivíduo em questão não é de fato um convertido, é preciso evangelizá-lo, com amor, humildade e oração.

Em todos os casos, sempre há a possibilidade de a pessoa mudar-se para outra igreja, buscando aquela com a qual se identifique mais, contanto que não negligenciem-se princípios claramente estabelecidos por Deus na Bíblia. O que não se pode fazer é considerar a hipótese de tentar viver um cristianismo saudável fora da comunhão da igreja, porque o cristianismo previsto por Cristo e descrito no Novo Testamento nasce, desenvolve-se e dá frutos na igreja e por meio da igreja. Em qualquer circunstância, é preciso seguir o conselho da Bíblia, que diz: "Não deixemos de reunir-nos como igreja" (Hebreus 10.25).

Um comentário:

  1. AMOR = BASE DE TUDO

    FATO: “E cabe aos pastores, líderes e membros da igreja de Cristo debruçar-se sobre cada caso, descobrir as frustrações particulares de cada indivíduo e tentar remediá-las.”.

    (Muitos esquecem o quanto uma palavra ou um gesto pode fazer a diferença na vida de alguém)

    2 Tessalonicenses 2:16 – “E o próprio Senhor Jesus Cristo, e nosso Deus e Pai, nos amou e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança.”

    Como anda sua base?

    (me vejo neste meio) =S

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